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DIÁRIO DE BORDO 26/06/2024

     No encontro do dia 26 de Junho nós iniciamos conversando sobre outros trabalhos feitos por mulheres e para mulheres que fazem sentido para a nossa pesquisa. Catarina relembrou de um espetáculo que assistiu em Brasília “Aquelas que não estão” do Manada Teatro, o espetáculo é visceral, lida com a temática de violências contra as mulheres e traz carne de animal pra cena e em determinado momento a atriz é guiada por um homem, correndo risco. É um teatro entremeado com a performance, do aqui e agora que sempre será diferente. Essa conversa foi um pontapé para a discussão da leitura da semana, o artigo de Silvia Fernandes, “Memórias Dissidentes: Nova Odisseia de Christiane Jatahy”. Nele, a autora traz importantes conceituações sobre a performance, citando a Schneider para chegar no teatro feito por Jatahy, que faz um hibridismo entre as linguagens do teatro, performance e audiovisual.

     Ainda sobre compartilhamento de obras teatrais que nos inspiram nessa pesquisa, compartilhei com Catarina a experiência em ter participado - digo participado, pois de fato os espectadores adentraram as intimidades daquelas personagens interpretadas por Ana - “SerEstando Mulheres” conta com a pesquisa e atuação de em cena Ana Cristina Colla. A atriz foi relatando ao longo do espetáculo e adentramento nas personagens sobre o seu processo de pesquisa e construção desse espetáculo, das mulheres que ela conheceu serestando pelo Brasil, abrindo as suas casas para partilhar das suas histórias. Esse processo da Ana dialoga com o que pretendemos fazer com nossa pesquisa, só que o nosso recorte é regional, com mulheres que passaram pelo êxodo rural e tem muito a nos contar sobre as suas vivências em tempo mais remotos, escasso de tecnologias e leis de proteção às mulheres. 

     Outra obra textual que foi lida ao decorrer da semana foi “Protagonismo feminino no audiovisual em streaming", das autoras FERREIRA, MOREIRA e SATLER. Catarina apresentou sobre como o texto traz a análise dessa série, que a narrativa da personagem protagonizada por mulher e roteirizada por mulher traz uma construção mais ampla sobre ser mulher no cotidiano, que o seu impulso de vida não é direcionado para o casamento e conquista de um homem, e sim para a sua diversão e contentamento. Além disso, chama a nossa atenção as quebras da 4ª parede, a comunicação da personagem com quem assiste. Essa é uma boa referência para o que pretendemos para a nossa peça.

     Finalizando o nosso encontro pensamos sobre os segmentos da pesquisa com pessoas universitárias, saber como chega pra elas as produções feitas por mulheres no campo artístico teatral e audiovisual. Então teremos em breve vídeos com entrevistas, tendo como referência os vídeos que a Anaterra Oliveira, atriz, estudante de psicologia e pesquisadora de gênero compartilha em seu instagram os trabalhos de pesquisa direta com o povo pelas ruas.

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